segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Serra imita militares com invasão da USP.

Na madrugada do dia 22 de agosto, policiais militares, mandados pelo Governador José Serra, invadiram a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. A invasão da mesma aconteceu por causa de uma manifestação pacifica, onde cerca de 350 manifestantes, entre estudantes ligados ao MST, à UNE, MSU e ao Educafro realizavam, em prol de melhorias na educação pública do país. Mas que, para o Serra, não passava de uma bagunça a qual precisava ser controlada.

(adaptado)


Ao me perceber enquanto estudante, que detém uma autonomia moral de reivindicar os meus direitos e ainda, estudante que vive em uma legislação onde a liberdade de expressão é livre, consto, a partir de fatos como o da invasão da USP, o quanto esta realidade está longe de ser verídica.
Somos privilegiados em viver em uma nação onde a tal liberdade de expressão é livre e criticamos Cuba, pelo fato de que no país a tal liberdade não existe. O que causa em nós, capitalistas democráticos, revolta e repúdio para com o sistema político da ilha caribenha. Mas vos pergunto caro leitor: Cadê a liberdade de manifestar dos alunos na Universidade de São Paulo¿ E o pior, a manifestação tinha como maior objetivo melhorias na educação pública do país, que foi impedida de forma agressiva e arbitrária com a ordem direta do então Governador do Estado, José Serra – direitista, elitista e conservador. Governador esse que é tão arbitrário como o Fidel, lá de Cuba.
Com uma diferença significante: no país socialista a educação pública atende às necessidades da população, o índice de analfabetos é menor que 3%. No Brasil, escola pública é sinônimo de castigo para quem não quer estudar, ou o que resta pra quem não tem muito que escolher. E então, o que é preferível ¿ Não ter sua liberdade de expressão, porém ter acesso a uma educação qualificada ou não ter a mesma e estudar toda a vida em um colégio público e concluir sem, sequer saber interpretar um texto ¿
Enquanto a consciência critica e moral do povo continuar escondida e ignorada pelo modelo social em que vivemos e, principalmente, pela mídia que nos engole, invasões como as da USP continuarão tratadas como nada, a educação pública continuará precária e Cuba sempre será vista como ameaça global. Enquanto nós brasileiros, continuaremos em nossa eterna ignorância, acreditando verdadeiramente na liberdade de expressão e na democracia em que vivemos, onde quem manda e dita as leis, ainda são os colonizadores.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Apontar é bem mais fácil.

Eu sei o que eu não quero.
O que eu quero é um mistério. Não, não é.
Eu quero tudo, muito rápido, como de praxe da fúria adolescente. Quero tudo só para mim, quero fazer as cousas andarem de trás para frente porque é assim que é o certo e assim que eu quero que seja. Eu quero, eu quero e eu quero. Como uma criança que chora escandalosamente por um brinquedo novo.

Meus objetivos não são muitos, nem ambiciosos. Afinal, o que é ambição para alguém de dezessete anos? Um carro, uma casa, uma mulher, três filhos, dinheiro no bolso, um cachorro e um fim de semana na praia. Sim. Não. Não para mim. Eu não quero pegar Sol, nem beber água de coco enquanto ladrões de terno riem da minha gente,sentados em suas poltronas de couro falso.

Será um longo caminho até alcançarmos o progresso e a ordem ditos na bandeira. A bandeira que deixou de ser verde há muito tempo, perdeu também o significado e hoje em dia, ser patriota é torcer na copa, no pan e nas olimpíadas. Isso não vem ao caso. De fato, nós somos uns medíocres com sede de revolução e sem capacidade de revolucionar. Infelizmente não temos um Ernesto Guevara correndo pelas ruas, não temos e não teremos enquanto ficarmos apenas criticando o mundo e os outros.

“Todo mundo é referência e se compara só para ver quem é melhor. (...) Todas querem vida fácil sem ser puta e com reputação.” Moreno Veloso.

Nós sabemos o que queremos, mas não sabemos como conseguir. Então vamos lá, acordar cedo e ir trabalhar com uma granada na cintura para termos em nossas mentes aquela falsa idéia de proteção enquanto lucramos alguns trocados para o pão de todo dia.

O meu único mentor me disse que é melhor seguir o caminho errado do que não ter um caminho para seguir (não com estas palavras). Ele está certo, mas eu espero que não por muito tempo.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Manifesto Descontente, por Tazzio Puccinelli.

Nós não queremos mudar o mundo.
Nós queremos destruir.Somos a geração que se contenta com pouco.
Futebol, telenovelas e comerciais.Não somos revolucionários.
Nossos ideais foram traçados por terceiros e jamais serão alcançados.Nós não vamos parar de construir. Queremos deixar um legado de auto-suficiência para as próximas gerações.
Para cima, até o topo, sempre em direção aos céus.
Não queremos evoluir. Queremos ser Deus.

Somos nossa própria desgraça em termos de religião e cultura.
Consumistas, pessimistas e desamparados.
Nossa geração é a mais pura definição de futilidade.
Os jovens que antigamente lutavam por liberdade, hoje ostentam correntes de prata, ouro e lata com meia dúzia de mulheres semi-nuas ao seus pés.

Nosso presente é um presente de grego. Um cavalo de Tróia no meio da cidade, pronto para desmontar-se e transforma-se em Quimera gigante em praça pública. Temos os problemas mais variados, desde dólares na cueca até aviões seqüestrados por terroristas afegãos.

Nossos heróis não usam capa vermelha, nem pintam os rostos. Nossos heróis estão sentados em salas fechadas com isolamento acústico, escrevendo dós e mis sobre a fome e a miséria nacional. Nosso orgulho de existir está estampado nas praias lindas (que ainda duram por aqui), nas mulheres (peitos, bundas), no carnaval e na bandeira verde e amarela que tremula bem em época de copa do mundo. O país do futebol é também o país dos pés-rapados, bóias frias, é também o país do trabalho infantil e do trabalho escravo. É o país do desemprego, da fome, da intolerância, da falta de respeito e educação, educação e bons modos. A única etiqueta que conhecemos é da Nike e nossa única marca uma empresa que extrai petróleo para dar continuidade à evolução da tecnologia (dinheiro).

Temos maravilhas. Temos um cristo de braços abertos, de costas para a pobreza e de frente para o mar, bronzeado como um bom santo brasileiro, temos bananas e nossas próprias pirâmides construídas em cima dos morros cariocas, paulistas e de qualquer outra região do país.

Temos promessas a cumprir. Prédios para construir e uma ordem a seguir.
O ódio e a fome tomam conta das ruas e ninguém sabe ao certo o significado do verbo amar. Viver e prosperar, viver e alcançar, viver e sobreviver. De olhos fechados caminharemos em direção a um abismo de campanhas políticas e mentiras enquanto os nossos jovens espancam empregadas domésticas apenas por confundirem-nas com prostitutas (animais).

Até o dia em que daremos as mãos em volta de uma árvore com mais de duzentos anos, tudo continuará estagnado com está, sempre pendendo para o lado mais fraco da balança que insiste em separar a sociedade em camadas como um pedaço de carne num prato vegetariano.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Sobre nossas cabeças, o perigo.

“No dia 17 de julho de 2007, o vôo 3054, um Airbus-320 da Companhia de Aviação TAM saiu da pista no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Este foi o pior acidente de avião, registrado na história do Brasil, superando a ainda recente tragédia com a aeronave da Gol, ocorrida no dia 26 de setembro de 2006.”

Era isso que dizia a notícia que li hoje mais cedo, e foi aí que eu me dei conta do que estava acontecendo. Não, não foi tarde demais, e nunca será tarde demais para sentir muito por todos os que estavam presentes naquele avião. Nenhum dinheiro será suficiente para ressarcir a dor de um ente querido perdido, a dor de ser incapaz de poder resolver o problema e enfim, nenhum dinheiro é maior do que a revolta que fica no peito de cada brasileiro temente (ou não) a Deus.

É de extrema necessidade que alguma providência seja tomada antes que a situação fique pior do que está - se é que isso é possível. Um erro não justifica o outro e os fins nem sempre justificam os meios; clichês à parte. É sempre bom frisar que nada será resolvido enquanto as autoridades insistirem em colocar a culpa no próximo da fila, e o nosso excelentíssimo senhor Presidente da Casa Do Caralho - porque nisso que nós vivemos, irmãos, sinto muito – der de ombros para toda a situação e pedir que seus ‘capangas’ da polícia federal resolvam tudo doa a quem doer, como ele gosta de dizer sempre.

Neste momento a população encontra-se descrente e esperando por uma direção a ser tomada. Muitos dirão que o país vive o melhor momento econômico de todos os tempos e tudo mais, mas isso não é nada comparado à fome que o brasileiro medíocre do sertão e de outros lugares sente, isto não é nada comparado aos 58 dias sem aula que passei devido à greve na rede pública de ensino da Bahia– esta causada pela falta de respeito que sofre o professor neste país, por assim dizer – e nada disso supera a raiva que os familiares do garoto que foi arrastado por um carro (que nem eu e nem você lembra o nome) dirigido por jovens que supostamente foram considerados o futuro do país.

Esta é a minha geração: Sem muitas perspectivas, sem idéias revolucionárias e sem o menor interesse de mudança. É triste saber que nasci na época errada, e mais triste ainda saber que, sozinho, não posso fazer nada.

Acabo por aqui dizendo o quanto sinto muito por tudo isto que aconteceu nos últimos tempos e pedindo a solidariedade de seja lá quem for que vá ler isto aqui para com os familiares daqueles que faleceram nesta terrível tragédia.



por Tazzio Puccinelli

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Grades e Ultraviolência.

Para quem vive em uma sociedade tomada pela violência urbana, acordar vivo é um prêmio, uma glória. E a cada dia vivo, uma nova batalha contra o inimigo social. Uma verdadeira guerra. E as armas contra a mesma são das mais variadas: condomínios infestados de seguranças, muros e cercas elétricas, privatizações de ruas públicas, carros e casas blindadas, e por ai vai, dependendo (é claro) do seu poder aquisitivo.

Sair à noite é uma aventura que muitos pensam duas vezes antes de realizar. O outro já é visto como criminoso e andar nas ruas requer todo um plano de segurança. As pessoas estão sendo obrigadas a viverem presas dentro de seus lares, cada um criando seu próprio presídio e clamando pra não sair da “batalha com uma simples bala perdida”.

Já tem mais de dois meses que a situação no Complexo do Alemão (Rio de Janeiro) parece estar pior (pelo ponto de vista da mídia)m do que no resto do país. Acredito que a bomba, cujo elemento principal que a compõe é a desigualdade social, “estourou” de forma significativa no local. Enquanto o pau não quebrar na porta do pai de família classe média, o mesmo não se preocupa com o pau que já quebrou na outra porta, agora, do pai classe baixa. Mas, quando quebrar, ai sim tem que se fazer justiça.

Certa vez li em um livro que “o crime é propriedade exclusiva da classe baixa”. E até faz sentido. Geralmente, pobre no Brasil e no mundo nem número é. Acesso às necessidades básicas quase não existe. Não passa de um lixo excluso da sociedade e infelizmente (ou felizmente) o crime é a sua única saída, e até mesmo, a única esperança de uma vida melhor. Ta certo que desse jeito a coisa não pode ficar. Legalmente falando, eu, você, e os cidadãos como um todo não têm culpa da desgraça alheia, porém, temos o dever de pensar e procurar resolver a tal, nem digo que pelo outro, mas, pela própria segurança.

Será mesmo que medidas de curto prazo vão resolver o problema? Através de pesquisas não elaboradas, constatei um ponto interessante: O custo que o governo teria na educação de um presidiário é exatamente a metade do que ele gasta enquanto preso. E ai vem outro questionamento: Por que não investir na educação?

“A violência não é um simples sintoma, é um desejo de transformação. É a mais nobre manifestação cultural da fome.” Assim já escrevia Glauber Rocha. E por fim, não acredito que tal fome seja só a fome do feijão e arroz.

nai

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Para não dizerem que paramos...

Aqui vai um post (cópia) bem interessante.
Não vão me encher porque eu copiei o post do El Cabong porque eu não vou me importar, então... vejam o tal post aqui.

Um beijo na testa.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O TARJA Mudou!




Mudou pra melhor, eu espero.

Como já havia um zine/jornal/seilá chamado Tarja Preta, decidimos mudar o nome para não haverem confusões. Afinal, Confusion is Sex!

Isto me lembra que o Sonic Youth irá lançar uma coletânea pela rede de cafeterias major americana Starbucks (!). Isto É incrível.

Enfim, a notícia está dada, aproveitem o Vox Populi para botar a boca no trombone. Aqui, o barulho é alto (ou o sistema é bruto, tanto faz).


T.

sábado, 7 de julho de 2007

"Nossa cultura é a Macumba e não a ópera. Somos um país sentimental, uma nação sem gravata."
Glauber Rocha

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Ações Anti-G8 - Alemanha

O encontro do grupo dos 7 países mais ricos do mundo mais a Rússia, conhecido como G8, acontece numa pequena cidade da Alemanha, perto de Rostock, do dia 6 a 8 de junho próximo. Um grande aparato policial-militar foi mobilizado para garantir que os diplomatas e chefes de Estado possam discutir "tranquilamente" o futuro da economia mundial. Para o encontro deste ano, estão programadas discussões sobre o continente africano e aquecimento global, sempre baseada numa perspectiva de liberalização do comércio e garantias para o investimento privado. Deste modo, a expectativa de que se planeja transformar a luta contra o aquecimento num negócio lucrativo é alta. É esperada a presença do presidente Lula para apresentar seu plano de biocombustíveis em parceria com os EUA. Também serão discutidos os questionáveis modelos de desenvolvimento limpo, os MDL, que são denunciados por diversas ONGs como falácias que visam transformar a luta contra o aquecimento em negócios lucrativos sem ter eficácia alguma contra o problema. Um exemplo de MDL bem visto pelas potências imperiais são as plantações de eucalipto da Aracruz Celulose que, no Espírito Santo, por exemplo, tem não só transformado a região num deserto como também expulsado as populações indígenas e quilombolas que lá vivem.

Há anos os encontros do G8 vem sendo marcados por intensos protestos nas cidades onde ele se realiza. Em 2001, em Gênova, o manifestante Carlo Giuliani foi assassinado pela polícia. Neste ano não será diferente e tudo indica que será a maior manifestação desde a trágica morte de Giulliani. Apesar do imenso aparato de repressão mobilizado (incluindo a a apreensão de computadores e documentos de grupos que organizavam as manifestações há alguns meses atrás), dezenas de milhares de pessoas já estão em Rostock, e muita gente ainda está para chegar. Três acampamentos foram montados com cerca de 4000 manifestantes cada um e as manifestações já começaram. Os protestos repudiam as medidas tomadas neste encontro, responsabilizando-as pelo aumento da pobreza e pela destruição da natureza, apesar do discurso de um
"capitalismo mais humanizado".

É realmente revoltante assistir o modo como esses 8 “reis” do planeta governam o mundo de acordo com os seus interesses econômicos, deturpando as intenções de melhorias de todo um planeta e transformando a luta por um mundo melhor em mais uma corrida leviana pela obtenção de capital.
8 homens! 8 HOMENS decidirão o destino de mais de 6 BILHÕES DE PESSOAS, em uma reunião a portas fechadas durante 3 dias, cuja real meta é apenas essa: lucro. E lucro para quem? Para esses 8 países, sendo que o total de países do mundo é 194, boa parte dos quais está longe da realidade desses líderes mundiais, e longe de atingir tal patamar nos próximos 10 anos. Tal reunião é justa? O que eles decidirão será útil para todo mundo?

E mais uma coisa que me chateia: Em algumas capitais do país estão ocorrendo protestos contra esse absurdo, mas aqui em Salvador não acontece nada. O que vocês fazendo a respeito disso? Eu estou aqui informando vocês, e informando quem eu puder alcançar. É pouco? É, é muito pouco, tenho consciência disso. Desculpem-me, mas eu ainda não tenho força e coragem suficientes para sair sozinha pela cidade com um cartaz “ANTI-G8” e assumo que nesse caso eu perdi, falhei. Por favor, me perdoem. Mas ainda temos o dia de amanhã. Se mais alguém gostaria de exprimir a sua indignação publicamente, podem me procurar, caso o contrário calo-me novamente e assumo a minha derrota.

http://www.youtube.com/watch?v=Uk-MBWp4vh8&mode=related&search=

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por: Viviana

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Via Campesina pergunta

Trecho do manifesto do Via Campesina em apoio ao presidente Hugo Chávez e de repúdio aos senadores brasileiros que criticaram a não renovação da concessão da tv RCTV:

"Que moral têm esses senhores para falar de democracia, de pluralismo nos meios de comunicação? Que moral têm esses senadores direitistas brasileiros, que não se pronunciaram, não demonstraram nenhuma preocupação ou indignação diante do golpe patrocinado pela CIA e pela RCTV contra o governo legitimamente eleito de Hugo Chávez, em 2002, para vir agora imiscuir-se nos assuntos internos da Venezuela? Por acaso esses senadores se pronunciaram sobre o processo fraudulento com que George Bush se elegeu presidente dos EUA? Demonstraram preocupação com o comportamento vergonhoso da grande mídia mercantil dos EUA e do governo Bush, escondendo do povo americano a verdade sobre as razões da invasão do Iraque e os massacres ali praticados? Por acaso esses senadores se preocuparam com as graves violações de direitos humanos praticadas pelo Governo Bush na base de Guantanamo?"
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por: Viviana

sexta-feira, 25 de maio de 2007

África.

Hoje (25/05), é o dia mundial da África. E é mais do que necessário discutir sobre a tal, por várias questões, sejam elas culturais, geográficas, políticas ou sociais. Antes de qualquer coisa é preciso acabar com o estereotipo de que a África é um único país sendo a mesma formada por 54 países. Países esses, que pelo fato de terem sido formados ou colonizados de diferentes formas, são diferentes entre si.
A África não é somente o deserto do Saara, a pobreza, canibais ou só a raça negra por todos os lados. Primeiro por que é preciso muito cuidado ao falar de uma única raça em um continente que possuem pelo menos 4. Segundo que é fato que a região seca propiciou a extensa área desértica, mas também deve-se lembrar que por ser muito grande, o continente possui outros tipos de clima e consequentemente outros tipos de vegetações (lembrando que a segunda maior floresta do mundo está na África, perdendo só para a Amazônia.). Por fim, em como qualquer outro continente subdesenvolvido, que foi colônia de exploração, rico em recursos naturais e minerais, é claro que a pobreza vai existir, mas como pra toda regra há a sua exceção, na África também vai ter seus países altamente desenvolvidos e aqueles que estão a caminho do seu desenvolvimento.
Alguns colonizadores europeus se instalaram na África do Sul, enquanto outros voltavam a seus países de origem após as colônias conquistarem a sua libertação, o que fez com que tenha uma pequena porção da população na África que é branca.
Para finalizar, gostaria de esclarecer algo que é fatal quando lembramos da África, o candomblé. Essa religião é absolutamente brasileira, tendo com base algumas outras que vieram dos escravos trazidos na época da escravidão (dos Bantos e Sudaneses), mas aqui foi tomando sua forma brasileira. Na África, há predominância da religião islâmica ou muçulmana, o que não possui semelhança quase alguma com o candomblé do Brasil.


nai.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Enquanto isso...

Brasileiro gosta é de novidade. E não é novidade de que cada dia que passa temos um novo escândalo político batendo à nossa porta. Assim como não é novidade de que uma hora ou outra os professores entram em greve e os rodoviários idem. Não é novidade a violência tomar conta da cidade, assim como não é novidade a apatia do cidadão em relação a assuntos de interesse público; não é mesmo.

O que é novidade então? Um bebê que sofre da síndrome de Bardet-Biedl, uma doença genética rara, e não conseguia andar por causa do excesso de peso e que está prestes e ter aulas na creche? Não, isso é notícia velha. Novidade, então, seria o fato do ministro de minas e energia ter entregado o cargo por causa do escândalo da operação navalha? Não, nós já sabíamos que isso aconteceria, cedo ou tarde. Novidade boa é novidade grande, novidade massiva, acessível, luminosa e bem, muito bem divulgada. Algo tão grandioso quanto um shopping. Um Salvador Shopping.

Pois bem, o recém inaugurado Salvador Shopping já começou a dar o que falar em apenas 48 horas de existência. Seja da sua enorme variedade de lojas, seja do seu piso vitral(que te deixa com a sensação de que tudo irá desabar em segundos), seja da sua extensa praça de alimentação ou até mesmo do não inaugurado Cinemark, todos, todos falam deste gigante que acaba de se instalar na nossa querida cidade cheia de sol, alegria e calor. Devo admitir que eu estava lá, com os meus amigos, admirando a grandiosidade e a novidade, devo admitir que por alguns segundos quis ficar com cara de idiota, com cara de quem nunca viu um shopping (e olhem que eu conheço até shopping que tem um trem, pasmem, de verdade na parte de dentro), devo dar o braço a torcer.

Mas é estranho pensar que enquanto eu, você e mais uma considerável quantidade de cidadãos baianos estávamos lá no bendito shopping novo, o mundo não parou aqui fora. A guerra no oriente médio não parou, o desemprego não caiu para 0,a AIDS não teve sua cura encontrada, enfim, nada mudou. Mas, então, de que serviu esse shopping novo? De nada? Não... serviu muito bem para sairmos do famoso esquema de ir ao Iguatemi nos dias de quarta-feira, serviu para termos uma novidade para contar, serviu para nos sentirmos mais atualizados em relação às grandes cidades (já que agora temos um super-shopping com um super-cinema e com um super-orçamento), outra vez, serviu de anestésico para o pânico causado pelo contrabando, pelo (dês)governo do país e finalmente serviu para termos mais opções de consumo e assim podermos torrar o nosso dinheiro em futilidades (ou não) sem nos preocuparmos com o amanhã.




Tazzio Puccinelli

Sem os direitos das mulheres, os direitos não são humanos

(complementando o Post anterior)
O Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro, foi a última data que marcou a Campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres , promovida pela AGENDE Ações em Gênero Cidadania e Desenvolvimento em parceria com Redes e Articulações Nacionais de Mulheres e de Direitos Humanos, Congresso Nacional, órgãos governamentais, empresas estatais e privadas, e agências das Nações Unidas. A data encerrou os dezesseis dias da campanha, mas a luta continua dia após dia.O dia 10 entrou no calendário mundial por celebrar a adoção, em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU), da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), código ético e político do século 20 voltado à proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana. A Declaração nasceu em resposta à barbárie praticada pelo nazismo contra judeus, comunistas e ciganos e ainda às bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagazaki, matando milhares de inocentes.Como a Campanha 16 Dias busca evidenciar que a violência contra as mulheres é uma violação aos direitos humanos, a data é extremamente importante e significativa. Por essa razão, o dia 25 de novembro – Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres – marca seu início e o 10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos – seu encerramento. "Até hoje, nenhum país conseguiu acabar com as desigualdades de gênero nem com a discriminação. Isso precisa mudar porque a luta pelos direitos humanos não tem sexo e sem os direitos das mulheres, os direitos não são humanos", afirmou a diretora-executiva da AGENDE, Marlene Libardoni.O filósofo italiano Norberto Bobbio disse que "os direitos nascem quando devem ou podem nascer", deixando claro que muitas dimensões ou necessidades humanas são vistas ou reconhecidas na esfera dos direitos, somente a partir de determinados momentos históricos motivados por sujeitos, grupos organizados ou movimentos sociais que politizam suas insatisfações e as convertem em demandas. Com a definição dos direitos humanos foi assim. Não é nova a idéia de que seres humanos têm direitos e liberdades fundamentais, mas a concepção dos direitos humanos como objeto próprio de uma regulação internacional é bastante recente e têm sua origem na crença de que parte das violações praticadas durante a segunda guerra poderiam ser prevenidas se existisse um efetivo sistema de proteção internacional.
Os direitos humanos têm como princípios a universalidade, indivisibilidade e interdependência. Os direitos civis, políticos e econômicos, sociais e culturais são aplicáveis a todos e compõem uma unidade indivisível, interdependente e inter-relacionada, em que só o reconhecimento integral de todos esses direitos pode assegurar a realização de cada um deles.
DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES

Os compromissos assumidos pelos Estados nas principais Conferências Internacionais da ONU, realizadas na década de 90, são de fundamental importância para os direitos humanos das mulheres. Em especial, a Conferência Mundial dos Direitos Humanos de Viena (1993), a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento do Cairo (1994) e a Conferência Mundial sobre a Mulher de Beijing (1995), que especificaram os direitos de igualdade de gênero. Foi em Viena que, pela primeira vez, se reconheceu expressamente que os direitos humanos das mulheres e meninas são parte integrante, indivisível e inalienável dos direitos humanos universais e que a violência de gênero é incompatível com a dignidade e o valor da pessoa humana.
Outros dois importantes tratados internacionais, que relacionam os temas de discriminação e violência contra as mulheres, num contexto de proteção especial são: a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, ONU, 1979), ratificada pelo Brasil em 1.º de fevereiro de 1984, que garante a defesa em âmbito mundial; e a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, OEA, 1994), ratificada pelo Brasil em 27 de novembro de 1995, que define os parâmetros nacionais para o problema.
Ao especificar os direitos que protege, a Convenção de Belém do Pará destaca o direito de toda mulher a uma vida livre de violência, ou seja, livre de todas as formas de discriminação e o direito de ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados de comportamento e costumes sociais e culturais baseados em conceitos de inferioridade ou subordinação.Considerando que a violência constitui-se em obstáculo aos direitos humanos das mulheres e que acabar com a violência é eliminar a discriminação, a Convenção destaca ainda uma série de outros direitos que devem ser respeitados e garantidos. Mesmo com tudo isso, os direitos das mulheres ainda não são completamente respeitados e a luta por essa garantia tem de ser diária.

sábado, 19 de maio de 2007

Mulheres na Sociedade - Índia

Segundo o censo de 1991, 8% de todas as mulheres da India são viúvas, o que significa cerca de 34 milhões de pessoas. Como o costume é o casamento das meninas muito novinhas, 50% das viúvas têm menos de 50 anos de idade.No grupo acima de 60 anos, 64% das mulheres são viúvas, enquanto que apenas 6% dos homens são viúvos. Essa diferença brutal de gênero existe por causa da alta incidência de viúvos que se casam novamente, enquanto que um novo casamento, na prática, continua sendo uma opção bastante improvável para as mulheres.pesar dos números, sabe-se pouco sobre a vida dessas mulheres, na India. A marginalização as torna invisíveis. O que sabemos é que elas vivem em completa pobreza, desemprego, sem acesso aos meios de produção, sem educação formal e sofrendo por superstições que ainda estão bastante arraigadas na cultura indiana.Já em 1956, um ato hindu estabeleceu que as viúvas devem ser consideradas iguais a todas as mulheres, mas a tradição fala mais alto.Por causa de todas privações que passam, as viúvas têm um índice de mortalidade 85% maior que as mulheres casadas. Apesar das péssimas condições dessas Casas de Viúvas, muitas preferem viver nelas do que ficar com a família do ex-marido, sendo constantemente abusadas sexual e fisicamente.
Também confirmou que a maioria dos casamentos continuam sendo arranjados e o dote é uma regra geral. Explicou que o casamento, na India, não é visto como uma atitude de dois indivíduos, mas uma ação em família, que compromete a reputação das pessoas envolvidas por gerações e deve ser muito bem planejado, porque o divórcio, apesar de legal é extremamente estigmatizado.Um dos fatores que mais contribuem para a difícil situação da mulher é a exigência, por parte da família do noivo, de um dote que deve ser oferecido pela família da noiva, em dinheiro e que se diz tem como objetivo "ajudar os recém-casados em sua nova vida".A explicação dada, muitas vezes é que o dote é como se fosse uma compensação à família do noivo pelas despesas que tiveram para educá-lo e prepará-lo para sustentar a noiva e sua nova família pelo resto da vida.Na verdade, muita gente vê o dote como algo prático, como uma verba que a mulher teria, como segurança, no caso de morte do marido, por exemplo. Claro que na maioria das vezes, a mulher nunca vai ter nenhum acesso a esse dinheiro. O dote acaba pesando muito e até desestruturando financeiramente uma família.
O Sati, ou a queima da viúva viva numa fogueira, junto com o corpo do marido morto, ainda que raríssimo e tenha sido banido do país desde 1829, foi noticiado um caso em 2002, quando uma viúva de 68 anos cometeu suicídio, queimando-se viva com o marido. Desde os anos 40, vinte e cinco casos de Sati ainda foram registrados na India, inclusive meninas de 18 anos de idade. Grupos feministas se mobilizam para evitar a adoração a mulheres que cometeram esse sacrifício, como forma de evitar um ressurgimento dessa prática.
A India tem um dos menores índices de nascimento de mulheres do mundo. Segundo o censo de 2001, nascem apenas 927 mulheres para cada 1000 homens. No Estado de Haryana esse índice cai para 782 mulheres, enquanto que, em outros países, a estatística média é de nascimento de 1050 mulheres para cada 1000 homens. E, na India, essa diferença está aumentando a cada ano.São os "avanços da tecnologia" e suas consequências inesperadas. A diminuição do nascimento de meninas, na India, deve-se à proliferação de empresas clandestinas, em qualquer cidadezinha mais remota da India, que fazem ultrassom por apenas 10 dólares e, com uma taxa adicional, fazem um aborto, se o feto for do sexo feminino. A situação é tão grave que o governo proibiu a realização de ultrassom, com o objetivo de saber o sexo do bebê. Mas o apelo dessas empresas e a realidade social falam mais alto. Propagandas dessas clínicas afirmam: "pague 500 rupees agora e economize 50.000 no futuro", numa referência ao dote que o pai da noiva precisa dar à família do noivo, no casamento.
Se a menina sobreviver a tudo isso, e conseguir que a família arranje um casamento, ela ainda estará correndo risco de ser queimada viva, no que se convencionou chamar de "bride-burning", e que poderia ser traduzido por "queima da noiva".
No casamento na India, a família da noiva é obrigada a dar um dote e vários presentes para a família do noivo. Em muitos casos, quando a "fonte de dinheiro" se esgota, o noivo e sua mãe passam a considerar aquela noiva indesejável. E a matam, para que o noivo possa casar-se novamente e começar todo o processo de presentes de novo.
O termo "bride-burning" começou a ser usado porque essas mulheres, geralmente, são mortas na cozinha, enquanto estão preparando a refeição da família, alguém joga querosene, outro acende um fósforo e a morte é reportada como "acidente doméstico" com o fogão a lenha.Dados oficiais do Governo da India apontam 7.000 mortes por "Bride-Burning", por ano, ONGs afirmam que é o dobro. Um artigo chega a falar em 25 mil.Além da prática de assassinato das noivas, cujas famílias não dão a quantidade de dinheiro e presentes solicitada, é comum a tortura dessas mulheres, que apanham tanto da família do noivo que tornam-se portadoras de deficiências físicas, com ainda mais dificuldade para trabalhar duramente, como espera-se que faça.Muitas vezes, mesmo sabendo que corre risco de vida, a noiva não tem para onde ir. Os pais não a querem de volta e os abrigos governamentais não oferecem condições de moradia e é difícil conseguir uma vaga.
Outros dados sobre as mulheres, na India:
- Altíssimos índices de desnutrição, porque a tradição é que as mulheres se alimentem por último e menos que o resto da família, mesmo que esteja gravida ou amamentando. Mães desnutridas dão a luz à bebês desnutridos, perpetuando o ciclo.
- Mulheres recebem menos cuidados de saúde que os homens, muitas vezes são forçadas a ter vários filhos, até um ser homem, não recebem cuidados adequados durante a gestação e saúde reprodutiva.
- Para cada 100 mil nascimentos, morrem 540 mulheres indianas no parto ou em decorrência de complicações da gravidez. Muitos desses casos são consequencia de abortos ilegais. No Brasil, o índice de mortalidade materna é de 160 para cada 100.000 nascimentos. Na Suécia o índice é de apenas 5 mulheres para cada 100.000 nascimentos.
- As meninas recebem muito menos educação formal que os meninos, são tiradas da escola para ajudar em casa ou por medo da violência.
- Em termos de quantidade, a India tem um dos maiores índices de participação da mulher no mercado de trabalho. As mulheres trabalham mais horas e em tarefas mais árduas que os homens. Ainda assim, seu trabalho não é reconhecido.
- Em lugares onde a vida da mulher vale tão pouco, é normal que o estupro não seja considerado crime grave e tenha índices altíssimos, especialmente nas cidades grandes, como Delhi.
- Ainda que existam leis que protegem a mulher, elas não são devidamente cumpridas.
- Mulheres nunca têm direito à herança.
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por: Viviana M.

Keith Richards prepara-se para lançar biografia.

Os curiosos (e polêmicos) causos da vida de Keith Richards estariam prestes a virar livro, revelou o New York Post. Segundo o jornal, o guitarrista dos Stones deve se reunir com editores norte-americanos em julho para negociar um contrato de publicação.Se conseguir lançar o livro, Richards deixa para trás o vocalista Mick Jagger – que recentemente admitiu ter desistido de escrever sua autobiografia porque achava tudo muito entediante.
O guitarrista também pode faturar um ótimo contrato: Eric Clapton, por exemplo, teria recebido quase US$ 5 milhões para preparar sua autobiografia, que será lançada neste ano.

Richards ilustra a capa da última edição da revista Rolling Stone, na qual aparece ao lado do ator Johnny Depp. O rolling stone fez uma pontinha no filme “Piratas do Caribe 3”, interpretando o pai do capitão Jack Sparrow.

- Luciana Silveira


O mais interessante de tudo isso é:
1 - Keith ainda vive para fazer uma biografia (!)
2 - Jack Sparrow tem pai!
3 - Que espécie de zine é esse que copia e cola a matéria da mtv?



T.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

"O futuro assusta e o presente não ajuda."
nai.

Cinema Brasileiro.

Filmes que tratam de subúrbios nacionais sempre me causam um sentimento pungente. Às vezes, culpa. Tantas outras, alívio. É trabalho do elenco: tentar emocionar, mexer verdadeiramente com as sensações de quem os assiste, mesmo que muitos dos atores não vivam a realidade proposta.

Em Amarelo Manga, não existe essa culpa (a qual lhe dá vontade de fazer uma boa ação). Nesse longa os personagens são pobres sim, não coitados. São egoístas e sarcásticos (porque não?).
O filme é composto de curtas histórias que se entrelaçam no subúrbio de Recife. As vidas de personagens tão marcantes são corrompidas pelo acaso agressivo, quebrando a rotina amarela, seca.

De modo geral, os habitantes dos cortiços, para a sociedade apenas existem; não SÃO. E isso não faz deles menos cruéis, nem era pra fazer.
Após a morte do dono de um desses cortiços, as histórias começam a se concretizar.

O açougueiro que não se decide entre a amante e sua mulher evangélica, e corre o risco de ser atingido pelos desejos de um cozinheiro homossexual. O traficante necrófilo se apaixona pela garçonete de um boteco fedido, o qual beira uma realidade não muito distante da nossa.

O drama acaba de maneira brusca e é opaco, lancinante, deixando uma sensação um tanto quanto inacabada interior de quem o absorve.

Por Ludmila Rodrigues

Elenco: Leona Cavalli; Matheus Nachtergaele; Jonas Bloch; Dira Paes; Chico Díaz.
Direção: Cláudio Assis
Roteiro: Hilton Lacerda
Gênero: Drama


quinta-feira, 17 de maio de 2007

Ideologia:

Uma mentira, ainda que a digam milhares de bocas, não deixa de ser uma mentira. (Anatole France)

A alienação social se exprime numa "teoria" do conhecimento espontânea, formando o senso comum - conhecimento social reproduzido - da sociedade. Por seu intermédio, são imaginadas explicações e justificativas para a realidade tal como é diretamente percebida e vivida.

Um exemplo desse senso comum aparece no caso da explicação da "pobreza" em que o pobre é pobre por sua própria culpa ou por vontade divina ou por inferioridade natural. Esse senso comum social, na verdade, é o resultado de uma elaboração intelectual sobre a realidade, feita pelos pensadores ou intelectuais da sociedade - sacerdotes, filósofos, cientistas, professores, escritores, jornalistas, artistas - que descrevem e explicam o mundo a partir do ponto de vista da classe a que pertencem e que é a classe dominante de sua sociedade. Essa elaboração intelectual incorporada pelo senso comum social é a ideologia. Por meio dela, o ponto de vista, as opiniões e as idéias de uma das classes sociais - a dominante e dirigente - tornam-se o ponto de vista e a opinião de todas as classes e de toda sociedade.

A função principal da ideologia é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dar-lhes a aparência de indivisão e de diferenças naturais entre os seres humanos. Indivisão: Apesar da divisão social das classes, somos levados a crer que somos todos iguais porque participamos da idéia de "humanidade", ou da idéia de "nação" e "pátria", ou da idéia de "raça" etc. Diferenças naturais: somos levados a crer que as desigualdades sociais, econômicas e políticas não são produzidas pela divisão social das classes, mas por diferenças individuais dos talentos e das capacidades da inteligência, da força e de vontade maior ou menor etc.

A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformá-las ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as ideais.

Por exemplo, a ideologia afirma que somos todos cidadãos e, portanto, temos todos os mesmos direitos sociais, econômicos, políticos e culturais. No entanto, sabemos que isso não acontece de fato: as crianças de rua não têm direitos, os idosos não têm direitos; os direitos culturais das crianças nas escolas públicas é inferior aos das crianças que estão em escolas particulares, pois o ensino não é de mesma qualidade em ambas; os negros e índios são discriminados como inferiores, e os homossexuais são perseguidos como pervertidos.

A maioria, porém, acredita que o fato de ser eleitor, pagar as dívidas e contribuir com os impostos já nos faz cidadãos, sem considerar as condições concretas que fazem alguns serem mais cidadãos do que outros. A função da ideologia é impedir-nos de pensar nessas coisas. (Marilena Chauí)

Não se deixem enganar!
Ideologia? Não precisamos de uma para viver.





Por: Viviana M.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Na Cabeça Ativa. Isso te incomoda?






Por que não legalizar a maconha? Pessoas que usam para o bem da sua própria saúde correm o risco de serem presas, pois o uso da mesma ainda não é legalizado, e podem acabar entrando para a ilegalidade sem ter feito mal algum. E se for legalizado? Como a sociedade vai aceitar? E se não aceitar? Estas são algumas perguntas que até o dado momento estão sem respostas.

Várias pessoas estão, atualmente, sobrevivendo da produção e do comércio da maconha. O tráfico vem gerando um intenso mercado de trabalho. Percebe-se isso desde o cultivo até o momento em que chega no "mercado".

No Paraguai, os produtores plantam de maneira organizada obtendo plantas com até 3 metros de altura, na mão-de-obra os chamados bóias-frias da maconha (geralmente são brasileiros) trabalham no plantio e na colheita da erva, recebendo em média R$ 20,00 por dia. No Brasil, um dia de trabalho num roçado de maconha rende R$30,00 quase 15 vezes mais do que numa lavoura de cebola, que é transportada em pacotes de 2 a 5 quilos, depois são acondicionadas no meio das cargas dos caminhões que se destinam as grandes favelas. O intermediário paga R$30,00 por quilo ao produto, e em alguns lugares o preço chega a R$400 por quilo.

Já nas favelas das grandes cidades, é feito toda uma divisão para um melhor controle da "mercadoria", o dono da boca que comanda tudo, chegando a lucrar R$100 mil por mês, a contenção, o segurança, o falcão e a Maria-Fuzil que são responsáveis pela vigilância do local (essa ultima, geralmente atraída pelo dono da boca), o gerente que é braço direito do dono da boca e por fim, aquelas pessoas que ficam responsáveis pela circulação da droga.

(na verdade tem mais alguns outros cargos, mas estou com preguiça de escrever.)

O comércio só existe de tal forma, pois a sociedade o proíbe de existir de outra maneira (uma maneira que certamente renderia ao país benefícios como empregos e crescimento do pib oficial). Ou seja, se legalizar, provavelmente o mesmo acabará. Mas lembrando que nenhum pai (ou uma grande maioria) brasileiro, gostaria de ter seu filho fumando a tal erva dentro de casa.


- nai.

Ascenção, Apogeu e Surto

Eis que os algozes da pura criatividade iniciam o rito fúnebre;
Modelando a sanidade juvenil,
Ditando-lhe tudo que os desejos podem - ou não - ansiar.
E eis que a mente fresca passa os próximos vinte e poucos anos
Conquistando tudo que há para conquistar;
Até que aos quarenta anos dê um último suspiro consciente
E surte.






Escrito por Viviana M.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Coisa Para Ouvir.




CocoRosie é um duo americano, formado pelas irmãs Sierra Rose Casady e Bianca Leilani Casady, que toca indie rock, indie eletrónico ou "dream pop".



Um sonzinho bem agradável aos amantes do indie, do eletrônico, do pop e do post-rock. O CocoRosie mistura belas vozes com um conjunto de cordas que mais lembram uma lira, mas que na verdade não passa de uma guitarra muito bem turbinada por pedais de efeito e coisas do gênero.

As irmãs Sierra Rose Casady (guitarra, flauta e vocal) e Bianca Leilani Casady (percussão e beat box) foram separadas quando tinham, respectivamente, cinco e três anos de idade, devido à separação de seus pais (que as criaram separadamente) e se reencontraram em 2003 na frança. Inicialmente fizeram um álbum de hip hop
(!) sob a alcunha de Word to the Crow, apenas alguns dias antes do primeiro álbum do CocoRosie, La Maison de Mon Rêve. Neste disco encontramos a maravilhosa instrumental Candy Landy e também a calmíssima Good Friday que não deixa nada a desejar.


Destaque para o álbum Noah's Ark (2005) que tem a participação de Devendra Banhart,além de ser inexplicavel e merecer ser ouvido uma, duas e até mesmo mil vezes seguidas.
Outro destaque para o novo The Adventures of Ghosthorse and Stillborn (2007) que tem uma das faixas disponíveis para stream aqui.




E essa é a minha dica super cult para o post de hoje.








T.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Um Pé Na Porta.







Cinco pessoas, um propósito, boas idéias e mãos à obra.
O Tarja Preta é um zine que tem como objetivo informar às pessoas da cena rock baiana sobre assuntos como política, arte e cultura em geral, diversão e atualidades. Enfim, mais uma daquelas idéias revolucionárias clichês que se assimilam a objetivos de vida, mas que muitas vezes não duram muito além da adolescência (e que depois são contados para os filhos como uma parte vergonhosa da vida de quem fez).


Aqui não há o que temer. O Tarja Preta pretende ser um meio de comunicação neutro, porém, ativo em relação a assuntos polêmicos e afins... Em outras palavras: Um Jornal Chato. É, 'chato' no bom sentido mais puro da palavra. Chato como nossos pais que tanto nos imploram para ler um livro, que nos pedem para estudarmos e etc. Ou seja, Muito Chato.


Como nós sabemos que nem todo mundo nessa cidadezinha mixuruca é muito fã de ler e etc., vamos ser bem diretos em nossa linguagem e repletos de veneno para destilar por aí. Se você acha que já viu de tudo desde os Beatles até os (malditos) EMOs... Prepare-se para não ver mais nada.


TARJA PRETA.