Eu sei o que eu não quero.
O que eu quero é um mistério. Não, não é.
Eu quero tudo, muito rápido, como de praxe da fúria adolescente. Quero tudo só para mim, quero fazer as cousas andarem de trás para frente porque é assim que é o certo e assim que eu quero que seja. Eu quero, eu quero e eu quero. Como uma criança que chora escandalosamente por um brinquedo novo.
Meus objetivos não são muitos, nem ambiciosos. Afinal, o que é ambição para alguém de dezessete anos? Um carro, uma casa, uma mulher, três filhos, dinheiro no bolso, um cachorro e um fim de semana na praia. Sim. Não. Não para mim. Eu não quero pegar Sol, nem beber água de coco enquanto ladrões de terno riem da minha gente,sentados em suas poltronas de couro falso.
Será um longo caminho até alcançarmos o progresso e a ordem ditos na bandeira. A bandeira que deixou de ser verde há muito tempo, perdeu também o significado e hoje em dia, ser patriota é torcer na copa, no pan e nas olimpíadas. Isso não vem ao caso. De fato, nós somos uns medíocres com sede de revolução e sem capacidade de revolucionar. Infelizmente não temos um Ernesto Guevara correndo pelas ruas, não temos e não teremos enquanto ficarmos apenas criticando o mundo e os outros.
“Todo mundo é referência e se compara só para ver quem é melhor. (...) Todas querem vida fácil sem ser puta e com reputação.” Moreno Veloso.
Nós sabemos o que queremos, mas não sabemos como conseguir. Então vamos lá, acordar cedo e ir trabalhar com uma granada na cintura para termos em nossas mentes aquela falsa idéia de proteção enquanto lucramos alguns trocados para o pão de todo dia.
O meu único mentor me disse que é melhor seguir o caminho errado do que não ter um caminho para seguir (não com estas palavras). Ele está certo, mas eu espero que não por muito tempo.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Manifesto Descontente, por Tazzio Puccinelli.
Nós não queremos mudar o mundo.
Nós queremos destruir.Somos a geração que se contenta com pouco.
Futebol, telenovelas e comerciais.Não somos revolucionários.
Nossos ideais foram traçados por terceiros e jamais serão alcançados.Nós não vamos parar de construir. Queremos deixar um legado de auto-suficiência para as próximas gerações.
Para cima, até o topo, sempre em direção aos céus.
Não queremos evoluir. Queremos ser Deus.
Somos nossa própria desgraça em termos de religião e cultura.
Consumistas, pessimistas e desamparados.
Nossa geração é a mais pura definição de futilidade.
Os jovens que antigamente lutavam por liberdade, hoje ostentam correntes de prata, ouro e lata com meia dúzia de mulheres semi-nuas ao seus pés.
Nosso presente é um presente de grego. Um cavalo de Tróia no meio da cidade, pronto para desmontar-se e transforma-se em Quimera gigante em praça pública. Temos os problemas mais variados, desde dólares na cueca até aviões seqüestrados por terroristas afegãos.
Nossos heróis não usam capa vermelha, nem pintam os rostos. Nossos heróis estão sentados em salas fechadas com isolamento acústico, escrevendo dós e mis sobre a fome e a miséria nacional. Nosso orgulho de existir está estampado nas praias lindas (que ainda duram por aqui), nas mulheres (peitos, bundas), no carnaval e na bandeira verde e amarela que tremula bem em época de copa do mundo. O país do futebol é também o país dos pés-rapados, bóias frias, é também o país do trabalho infantil e do trabalho escravo. É o país do desemprego, da fome, da intolerância, da falta de respeito e educação, educação e bons modos. A única etiqueta que conhecemos é da Nike e nossa única marca uma empresa que extrai petróleo para dar continuidade à evolução da tecnologia (dinheiro).
Temos maravilhas. Temos um cristo de braços abertos, de costas para a pobreza e de frente para o mar, bronzeado como um bom santo brasileiro, temos bananas e nossas próprias pirâmides construídas em cima dos morros cariocas, paulistas e de qualquer outra região do país.
Temos promessas a cumprir. Prédios para construir e uma ordem a seguir.
O ódio e a fome tomam conta das ruas e ninguém sabe ao certo o significado do verbo amar. Viver e prosperar, viver e alcançar, viver e sobreviver. De olhos fechados caminharemos em direção a um abismo de campanhas políticas e mentiras enquanto os nossos jovens espancam empregadas domésticas apenas por confundirem-nas com prostitutas (animais).
Até o dia em que daremos as mãos em volta de uma árvore com mais de duzentos anos, tudo continuará estagnado com está, sempre pendendo para o lado mais fraco da balança que insiste em separar a sociedade em camadas como um pedaço de carne num prato vegetariano.
Nós queremos destruir.Somos a geração que se contenta com pouco.
Futebol, telenovelas e comerciais.Não somos revolucionários.
Nossos ideais foram traçados por terceiros e jamais serão alcançados.Nós não vamos parar de construir. Queremos deixar um legado de auto-suficiência para as próximas gerações.
Para cima, até o topo, sempre em direção aos céus.
Não queremos evoluir. Queremos ser Deus.
Somos nossa própria desgraça em termos de religião e cultura.
Consumistas, pessimistas e desamparados.
Nossa geração é a mais pura definição de futilidade.
Os jovens que antigamente lutavam por liberdade, hoje ostentam correntes de prata, ouro e lata com meia dúzia de mulheres semi-nuas ao seus pés.
Nosso presente é um presente de grego. Um cavalo de Tróia no meio da cidade, pronto para desmontar-se e transforma-se em Quimera gigante em praça pública. Temos os problemas mais variados, desde dólares na cueca até aviões seqüestrados por terroristas afegãos.
Nossos heróis não usam capa vermelha, nem pintam os rostos. Nossos heróis estão sentados em salas fechadas com isolamento acústico, escrevendo dós e mis sobre a fome e a miséria nacional. Nosso orgulho de existir está estampado nas praias lindas (que ainda duram por aqui), nas mulheres (peitos, bundas), no carnaval e na bandeira verde e amarela que tremula bem em época de copa do mundo. O país do futebol é também o país dos pés-rapados, bóias frias, é também o país do trabalho infantil e do trabalho escravo. É o país do desemprego, da fome, da intolerância, da falta de respeito e educação, educação e bons modos. A única etiqueta que conhecemos é da Nike e nossa única marca uma empresa que extrai petróleo para dar continuidade à evolução da tecnologia (dinheiro).
Temos maravilhas. Temos um cristo de braços abertos, de costas para a pobreza e de frente para o mar, bronzeado como um bom santo brasileiro, temos bananas e nossas próprias pirâmides construídas em cima dos morros cariocas, paulistas e de qualquer outra região do país.
Temos promessas a cumprir. Prédios para construir e uma ordem a seguir.
O ódio e a fome tomam conta das ruas e ninguém sabe ao certo o significado do verbo amar. Viver e prosperar, viver e alcançar, viver e sobreviver. De olhos fechados caminharemos em direção a um abismo de campanhas políticas e mentiras enquanto os nossos jovens espancam empregadas domésticas apenas por confundirem-nas com prostitutas (animais).
Até o dia em que daremos as mãos em volta de uma árvore com mais de duzentos anos, tudo continuará estagnado com está, sempre pendendo para o lado mais fraco da balança que insiste em separar a sociedade em camadas como um pedaço de carne num prato vegetariano.
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